Oxente Meu Rei: Uma análise dos preconceitos reproduzidos pela propaganda turística do governo da Bahia
DOI:
https://doi.org/10.52203/pangea.v4i1.53Palabras clave:
Racismo, Xenofobia, Turismo sexual, Soteropolitanização, PublicidadeResumen
Este artigo tem o foco de pesquisar e analisar anuncios televisivos divulgados pelo Governo do Estado da Bahia entre os anos de 2007 e 2013. O objetivo deste artigo é demonstrar os preconceitos e os estereótipos contidos nas ações de publicidade, como: Racismo, xenofobia, exploração sexual infantil, turismo sexual. A Bahiatursa, agência estatal de publicidade baiana é responsável por divulgar uma série de comerciais televisivos e impressos geralmente exibidos no início do ano, época de alta temporada devido a alta estação do verão e aos eventos que acontecem no estado, especificamente na capital, Salvador. Os anúncios chamam os turistas para saborear as belezas que o estado tem, no entanto, boas parte de seus anúncios à atrações da cidade de Salvador. Caracterizamos tal fenômeno como “Soteropolitanização” do estado, onde a imagem vendida pela Bahiatursa resume o estado a somente a sua capital, sendo a fase inicial de surgimento dos estereótipos e preconceitos, logo que o estado possui uma cultura muito ampla e segmentada devido as suas inúmeras regiões geográficas.
Em outro momento do artigo a figura do cidadão baiano é analisada, como forma de identificar o perfil que é difundido, do negro pobre e servil ao turista estrangeiro, sujeito a ser humilhado, mas sempre com o sorriso no rosto para não desapontar aquele que detém o capital financeiro. Outro objetivo é combater o estereótipo da “preguiça” que recai sobre tais cidadãos e a visão que o baiano vive constantemente em festejos.
A questão agravante do turismo sexual também é abordada, muito comum e um dos principais problemas atualmente enfrentados pelo governo. A propaganda de forma subjetiva difunde essa ideia, com enquadramento e fotografias que visam as qualidades sexuais das mulheres baianas e subjuga a sua fisionomia a algo sem importância. Tais preconceitos também se estendem ao imaginário dos turistas moldando a imagem sobre os cidadãos da Bahia no cenário nacional e internacional.
Referencias
ANDERSON, Benedict. Nação e consiência nacional. São Paulo. Ed. Ática, 1989.
DINIZ, J. Pericles. Questões de raça na identidade baiana. Quinto Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (V ENECULT). Salvador. 2009.
FEIJÒ, Fernando C.;CALAZANS, Flávio M. A. A imagem internacional do turismo sexual no Brasil: O prostiturismo no marketing turístico. Centro de Paula Souza, São Paulo. 2002.
FILHO, Antonio J. D. As mulatas que não estão no mapa. In: Cadernos Pagu (6/7) 1996, p. 51-66.
HALL, Stuart. Identidades na pós Modernidade. Rio de Janeiro, DP&A.2003.
KOTLER, Philip. Marketing Público: Como atrair Investimentos, empresas e turismo para cidades, regiões, estados e países. São Paulo, Makron books, 1994.
KRONES, J. M. Turismo e baianidade: A construção da marca “BAHIA”. Terceiro Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (III ENECULT). Salvador. 2007
MADEIRA, Fabiane. Professor atribui baixa nota do ENADE ao “QI dos baianos”. 2008. Disponivel em: http://noticias.terra.com.br/educacao/interna/0,,OI2858408-EI8266,00.HTML
MELO, Cristina T. Construção Identitária da Bahia. In: Linguagem em (Dis)curso – LemD, Tubarão, v. 6, n. 1, p. 29-44, jan/abr. 2006.
OLIVEIRA, Rodrigo B. A “comunidade imaginada” Bahia e a publicidade da Bahiatursa; Um enfoque sobre o estereótipo da preguiça. In: Carderno Virtual de turismo, vol. 6, num. 3, 2006, p.54-63. Universidade Ferderal do Rio de Janeiro. Rio de janeiro.
PEREZ, Clotilde. Condições Antrpossemióticas do negro na publicidade contemporânea. In: BATISTA, Leonardo; LEITE, Francisco (orgs.). O negro nos espaços Publicitários brasileiros: Perspectivas Conteporâneas em Diálogo.Escola de Comunicações e artes/USP: Coordenação de assuntos da população negra. São Paulo, SP.2011, p. 61-84.
PISCITELLI, Adriana. “Sexo Tropical”: Comentários sobre Gênero e “Raça” em alguns textos da mídia brasileira. In: Cardernos Pagu (6-7), 1996, p. 9-34.
REITER, Bernd.; DIAS, Rita de C. Reforma educacional, exclusão e racismo na Bahia. In: Gestão e ação. V.8, n. 1. Salvador, jan./abr. 2005. P.97-116.
ROSO, A.; STREY, M. N.; GUARESCHY, P.; BUENO, S. M. N. Cultura e ideologia: a mídia revelando estereótipos raciais e de gênero. In: Psicologia & Sociedade; 14(2): 74-94; jul./dez. 2002.
SANTOS, Claudia E. F. “Passaporte na mão e camisinha na outra: a imagem da mulher brasileira e o turismo sexual na cidade de Salvador”. XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP. Caxambú-MG. 2008
SILVA, Dilma de Melo. A imagen do negro no espaço publicitário. In: BATISTA, Leonardo; LEITE, Francisco (orgs.). O negro nos espaços Publicitários brasileiros: Perspectivas Conteporâneas em Diálogo.Escola de Comunicações e artes/USP: Coordenação de assuntos da população negra. São Paulo, SP.2011, p.19-27.
SILVA, Tatiana A. Turismo sexual, prostituição e gênero: Uma discussão Teórica. XII Seminário Nacional e III Seminário Internacional Mulher e Literatura. Salvador. 2008.
XAVIER, Antonio.; BORGES, N.; SANTOS, Ana P.; GUEDES, Rafael. “Mapas urbanos: simulacro, baianidade e reafirmação de estereotipos.XII Congresso de Ciencias da Comunicação da Região Nordeste (INTERCOM). Campina Grande. 2010.
ZANLORENZI, E. O Mito da Preguiça Baiana. Tese de doutoramento, ano de obtenção – 1998.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2013 Lucas Dantas

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es